A missão era chegar o mais rápido possível em Bonito no Mato Grosso do Sul onde iriamos passar um dia , porem , a distancia do primeiro dia de viagem seriam de 1660Km, a maior distancia que eu já havia percorrido pilotando em um só dia foi entre Salta na Argentina e Formosa no Paraguai com 1000 Km em uma XT 660 R, missão dada missão cumprida, chegamos ao destino a noite por volta das 10 horas da noite com as costas anestesiadas , foram 3 paradas para abastecer e fazer xixi e comer algo, conhecer bem a estrada devido ao fato de nossa família morar em Campo Grande facilitou a empreitada.

Bonito com seus 21.000 habitantes tem sua economia voltada principalmente ao turismo e a exploração agropecuária.

Fica situada no Parque Nacional da Serra da Mesa que dividem o estado do MS entre a região do planalto e a região do Pantanal.

A serra é formada por sedimentos calcários, que fazem o papel de filtro e tornam as águas dos inúmeros rios da região , salobras, e incrivelmente transparentes e cheia de vida, sua geologia permite a formação de inúmeras cavernas nascentes.

Imperdível mergulhar no Rio Olho Dágua com visibilidade de quase 100 % mesmo em dias chuvosos , durante a flutuação da pra ver os Dourados , Piraputangas , Piaus e com sorte até Jacarés e Sucuris.

A 10.000 anos atrás a Gruta do Lago Azul, abrigou mamíferos como tigre dente de sabre e a preguiça gigante , após uma caminhada em declive de 100 metros chegamos ao Lago com profundidade estimada de 90 metros , ninguém sabe exatamente de onde vem suas aguas inacreditavelmente azuis,  provavelmente de rios subterrâneos, o lugar é tombado pelo patrimônio Histórico Nacional e vale o passeio. 

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Descemos a serra da Bodoquena rumo a Miranda e depois a esquerda rumo a Corumbá , depois da serra estrada é uma reta só , foi construída sobre um aterro, onde os animais silvestres como jacarés, garças e capivaras procuram abrigo das enchentes, tornando o trajeto tanto lindo, quanto perigoso , principalmente em tempos de cheia do Pantanal, o segredo é andar muito devagar , porque , sem duvida algum animal , principalmente as capivaras vão cruzar o seu caminho.  

660 Km separam Corumbá de Santa Cruz de La Sierra, mas antes tem que fazer a Aduana , o que pode levar apenas algumas horas ou até o dia inteiro, o conselho que eu posso dar é , acorde cedo , vá para fronteira e se terminar o procedimento de Aduana até umas 14:00 horas, dá pra chegar em Santa Cruz caso contrário, é melhor dormir e Puerto Quijarro , e sair no dia seguinte.

• Sair do Brasil é rápido dependendo da fila, a Policia Federal utiliza apenas um 4 guichê para receber os Bolivianos e dar saída aos Brasileiros, ai depende do tamanho da fila, que geralmente é bem grande , por causa dos ônibus cheios de estudantes , turistas e muambeiros de ambos os países.

• Encarar a fila para entrada na Bolívia para carimbar o Passaporte e fazer algum cambio de moeda para alguma necessidade

• Bem vindos a Bolivia agora é ir até a Guarita da aduana para importar a moto.

• Lá eles recebem os turistas em um container na rua do lado direito da aduana , mas você fica do lado de fora no sol, talvez fosse melhor estar chovendo, porque o calor estava infernal.

• Fazer três copias do passaporte e selo de entrada na Bolívia.

• Três cópias do documento da moto, e carteira de habilitação, e regressar para o container para aguardar o oficial redigir o Permiço de entrada na Bolívia., verifique se está tudo correto e torça para o oficial não estar em horário de Almoço.

• Eles geralmente não vão lhe dar esta informação , que é muito importante, na Bolívia a Policia exige , não sei se legal ou ilegalmente um permisso de transito, ha relatos de turista que tiveram o carro “apreendido “por falta deste documento, é melhor faze-lo e o procedimento é o seguinte.

• Andar uns 10 Km até o trevo de Porto Quijarro virar a direita e procurar a delegacia de policia, pagar 50 bolivianos e esperar pacientemente até que eles redijam a permissão, 

No Beber ,

No Adelantar em curva,

No Usar Celular ,

No Exeder la Velocidad.

São as instruções do comando para os soldados da policia.

Fique muito atento , pois as guaritas ficam em barracos na beira das estradas sem nenhuma identificação e quando eles querem que você pare, eles puxam um corda no meio da estrada sem sequer sair da guarita , se você não tiver o permisso de transito , no mínimo vai ter que voltar e fazer o documento.

Dica : O país pertencer ao Mercosul então o Seguro Carta Verde é valido na Bolívia, talvez nem mesmo os policiais saibam disso.

A partir daí é seguir até 600 km até Santa Cruz de La Sierra, a estrada é excelente e tem trechos concretados e com grooving, como as dos Estados Unidos , muitas retas de alta e poucas curvas , também de alta, sair a tarde não me deixou muito tempo para fotografias, e neste trecho tem poucas Gasolineras que nem sempre tem ou querem abastecer seu veículo.

É preciso ter muito cuidado com o combustível na Bolívia, não é só chegar e abastecer. Os turistas tem que pagar um preço diferenciado pelo combustível, que é quase o dobro do preço cobrado para os nativos, em alguns casos eles se recusam a abastecer seu veículo para não ter que preencher os documentos necessários para comprovar que ele foi vendido para um  turista. Outro problema é a qualidade , eles misturam tudo que é tipo de porcaria com o combustível inclusive óleo queimado, ha relatos de danos a motores principalmente de caminhonetes a Diesel.

As vezes para abastecer no mesmo preço dos nativos, você tem que levar um galão , abastecer o recipiente , sair do poste e abastecer, um filtro de combustível sobressalente pode ser necessário . 

É a Maior e mais populosa cidade da Bolívia , com quase dois milhões de habitantes as margens do rio Piraí última parada antes da altitude, a 420 metros ao nível do mar, e antes de começara a subir a cordilheira dos andes rumo Cochabamba.

Existem apenas duas estradas que ligam as duas cidades, uma pela rota 4 passando por Montero com 476, toda asfaltada e outra pela rota velha BO07 com 657 Km , por El Tomo, quase toda em estrada de chão, então escolhemos a mais difícil e saímos cedo, começamos a subir no mesmo instante que saímos de Santa Cruz de La Sierra, nem bem rodamos 50 Km fomos parados pela policia que espichou uma corda no meio da rua , mal e mal deu para parar, desta vez o cara que atravessou a corda nem policial era, ele me indicou para descer e ir até a guarita, na Bolívia quando isso ocorre , geralmente é para eles ficarem mais confortáveis para cobrar algum tipo de propina, o jeito é descer com uns trocos junto com os documentos e seguir a “ordem do civil “ , na guarita me perguntaram onde eu estava indo , e porque ia por aquela estrada, já que a outra era bem mais curta e asfaltada, expliquei que não estava preocupado com a distancia e sim com a beleza da rota, ele conferiu a permissão de trânsito e me deixou seguir, a estrada, se é que dá pra chama-la assim é de terra , cheia de buracos , e curvas subindo a cordilheira dos andes, tem poucas vilas e é preciso novamente ficar atento com o combustível, mas é realmente muito linda , principalmente nos lugares mais altos onde chegamos a altitudes de quase 4000 metros , com neblina forte , chuva e um vento de 80 km por hora, que deixava tudo muito arriscado , pois ao lado da estrada estavam vários precipícios sem proteção lateral, somados as poças de água e lama, as montanhas são multicoloridas, poucos turistas passam por ali, então é divertido ver as crianças que acenam e gritam para nos na beira da estrada. 

Chegamos a Cochabamba bem tarde , a ainda tínhamos que procurar o nosso hotel , tarefa nada fácil por que a Garmin não disponibiliza o mapa da Bolívia, então nas cidades temos que ir meio no rumo, em direção ao ponto onde está o hotel até chegar, depois de passar pelo infernal transito daquela cidade.  

O dia anterior foi muito desgastante, então apesar de termos que enfrentar somente 380 km até La Paz, saímos muito cedo e para nossa surpresa a estrada era pavimentada com um asfalto excelente, mas bem sinuoso, com curvas em segunda marcha subidas e descidas passando por pontes de concreto, em curva, sobre os precipícios, próximo ao trevo que leva a Oruro , chegamos na BO 01, uma estrada reta em pista dupla que convida a velocidade, embora isso não seja do meu perfil, 110 Km fica confortável para pilotar no automático, até chegar no meio da tarde a La Paz.

Nuestra Senhora de La Paz fica a 3660 metros  de altitude,  tem 2 milhões de habitantes e é a terceira cidade mais populosa da Bolívia, chegando pela periferia no planalto não se pode perceber a real dimensão daquela cidade, até chegar a uma das 4 ruas que lhe dão acesso, o caos no transito é constante independentemente do horário do dia.

Imperdível visitar a Catedral de São Francisco, Mirador Kili Kili , Palácio Presidencial , Casa da Moeda, Teleférico, Praça Murillo , Basílica Menor, e Mercado das Bruxas, é um dos lugares mais bizarros que já tive a oportunidade de conhecer , fornece todo tipo de material para bruxaria, como, Pedras , Amuletos , Bebidas, Charutos , e até fetos de Lhamas Secas. O difícil mesmo é fazer um tour a pé mesmo já estando um pouco acostumado com a altitude.

Estrada da Morte , BO 03 originalmente liga a cidade de Palos Blancos , Caranavi a La Paz, em 230 km , foi  construída por prisioneiros da guerra do Chaco, é conhecida com a estrada mais perigosa do mundo, a altitude pode variar rapidamente de 1500 a 5000 de altitude e a maioria dos trechos  tem  apenas 3 metros de largura , em curvas onde alguns caminhões tem que dar ré para poder passar, por isso faz jus ao seu nome, e atrai tanto a atenção dos mais aventureiros , na realidade a estrada coleciona fatalidades tanto de turistas quanto de nativos , desde 1998 matou mais de 20 ciclistas, na maioria Montain Bikers que pagam para fazer o tour de bicicleta saindo de Los Milagros e aproveitando a descida de 64 Km até  Caranavi, é incontável o numero de ônibus e caminhões e carros que jazem nos abismos com 600 metros de desnível.

Normalmente trafegada por carros e ônibus antigos que utilizam a estrada para chegar aos vilarejos localizados nos vales, onde a água dos degelos se acumula, deixando o terra fértil para micro agricultura e  pecuária de animais que conseguem sobreviver naquela altitude como Alpacas e Lhamas, é muito importante levar em consideração o combustível ,  existem um ou dois postos , com combustível de péssima qualidade, regra é parar no recuo das curvas para dar passagem sempre a quem está subindo e escolher o lugar para parar para fotografias, sob pena de ser empurrado para o abismo, é melhor respeitar as “leis de transito “afinal estamos na estrada da morte .

Levamos pelo menos 2 horas somente para sair de La Paz , enfrentando um engarrafamento infernal e fomos rumo a San Pablo de Tiquina, onde pegamos uma balsa na Ruta 02 até chegar a  famosa praia  de Copacabana as margens do Lago Titicaca , a 3800 metros de altitude. A infra estrutura é boa para os padrões bolivianos , e dali saem vários barcos em direção a Isla del Sol, sagrada para o povo Inca, curiosamente, uma estatua de nossa senhora de Copacabana foi trazida no século 19 , por comerciantes da Bolívia para o Rio de Janeiro dando o nome ao bairro fluminense.

• Carimbar o Passaporte de saída da Bolívia e devolver o permisso de transito ,

• Ir até aduana do Peru para carimbar o passaporte de entrada no Peru.

• Ir até a Aduana do Peru para redigir uma carta de entrada para o veiculo, ai o detalhe é que o Peru por não fazer parte do Mercosul não permite a utilização do seguro carta Verde , o guardinha quis complicar a nossa entrada por falta do seguro , que nem ele mesmo sabia qual era , e depois fiquei sabendo que se tratava do SOAT, como a fila estava aumentando ele viu que o trabalho dele também , disse que nos daria ma oportunidade de seguirmos até a cidade de Puno para fazer o seguro e nos liberou apos redigir uma premiação de 90 dias.

Saindo da Aduana a estrada é linda , margeando o lago Titicaca , a esquerda , logo chegamos a Puno para abastecer e fazer uma boquinha, depois até Julica com os vales desertos a direita e a majestosa cordilheira dos andes  a esquerda , em uma paisagem de tirar o folego logo chegamos ao vale do rio Urubanba a esquerda da rodovia 3 Sul , até encontrar finalmente a mítica Cusco.

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Na linguagem quéchua, significa o umbigo do mundo situada a 3400 metros , tem 300.000 habitantes, é o ponto de partida das expedições que visitam a famosa Machu Picchu , e tem como principais pontos turísticos as catedrais localizadas na praça de armas e o museu de arte pré-colombiana.

64 km até o vale sagrado dos incas , isso mesmo é preciso descer até Machu Picchu , que fica a 2400 metros , a cidade perdida dos incas ou a velha montanha , na linguagem quéchua , fica situada no vale do rio Urubamba, foi descoberta recentemente em 1867, com apenas 30 % das pedras originais , a maioria do que vemos hoje são reconstruções, mesmo assim é muito importante a sua simbologia , nossa visita me fez pensar na capacidade tecnológica daquelas pessoas, em construir uma cidade totalmente organizada em áreas urbanas , agrícolas, comerciais, no topo daquela montanha , e como abastece-la de água , e vice versa limpá-la?

Curiosamente ha relatos de que a cidade foi descoberta por  três diferentes pessoas e diferentes épocas , Hiram Bingman , Americano em 1911, em 1880 por Charles Verner um Frances e pelo alemão Augusto Berns em 1865 que montou uma empresa de mineração oficializada pelo governo peruano. O mais curioso é que o ultimo descobridor relata que nunca foi encontrada nenhuma peça de ouro na cidade , será que ele chegou tarde demais ?

Será que os Incas eram tão primitivos assim ?