
Leia na Integra
No outro trajeto a moto foi enviada de avião desde que havia chegado a Toronto no Canada. Depois de muita negociação e atenção dispensada por parte dos funcionários da Air Canada enviamos a moto em um voo de 7 horas custando CA 968,00 , dólares canadenses . Passei o ano novo em Barrie na casa de grandes amigos enquanto ela cumpria seu destino rumo a Europa.
8 dias depois me encontrei com ela no Charles de Gole principal aeroporto internacional da França !
Nada fácil e bastante burocrático o procedimento de retirada da moto do armazém , por causa de um seguro obrigatório que todos os veículos precisam ter para poder circular na Europa, uma espécie de DPVAT , mas o difícil mesmo foi encontrar o escritório responsável por fazer o documento. Primeiro precisei fazer o procedimento de Aduana e importação da moto, depois como os funcionários da companhia aérea viram que seria impossível pra mim encontrar sozinho o pequeno escritório mal sinalizado da seguradora , contei com a atenção especial da agente despachante que gentilmente me levou e trouxe de volta do escritório dando todas as instruções ao atendente em francês , eles raramente sabem ou se quer desejam falar Inglês com os visitantes, da minha parte entendo que não é muito comum viajantes com seus veículos desembarcarem naquele aeroporto.
Tudo resolvido , precisava encontrar meu hotel , uma concessionária da BMW e um Self Storage para abrigar a moto por no mínimo seis meses até que eu voltasse para resgata-la depois de voltar para o Brasil para o trabalho. Tarefa nada fácil sem o GPS , que me traiu ao não ler os mapas originais da Garmim , que invariavelmente dão algum tipo de problema surpresa, e obrigam a reinstalar ou baixar novamente os mapas comprados , os mapas da Garmin são tão seguros que nem o usuário copia, GPS é um capitulo a parte.
No final fui indo no rumo mesmo , o GPS marcava o ponto onde estava o hotel , mas não conseguia Rotear, então tinha que ir em direção ao ponto até encontrar , finalmente encontrei meus destinos, mas tive vários problemas , desta vez não consegui convencer o dono do Self Storage a guardar a moto para mim, nem também lavar a moto e ainda me restava somente um dia para fazer tudo isso e regressar para o Brasil.
Finalmente encontrei um estacionamento embaixo da igreja de Notre Dame , que se dispôs a guardar a moto por 6 meses , após solicitar um monte de cópias de documentos e formulários escritos todos em francês os quais um jovem da livraria me ajudou a traduzir do francês para o português. Desta vez deixei a moto com bastante preocupação, ela ficou sem lavar sem cobrir corretamente , apesar de eu ter conseguido comprar uma lona de um camelô em uma feirinha ali próximo ao estacionamento , fiz o que pude e assim ela ficou guardada por 6 meses até o feliz dia do seu resgate em julho de 2017.
Foram 6 meses de planejamento , focados muito mais em passar pelos principais pontos turísticos da Europa do que pela dificuldade de pilotar lá , definimos o trajeto da seguinte maneira, sairíamos da França rumo sul pelo vale de Loir , depois norte até a Bélgica e Holanda – até Voledan , e depois rumo sul passando por Alemanha , Luxemburgo , Suíça, Muren, Áustria por Gloechester Pass, Listenstaine, Itália , Stelvio Pass , de onde seguiríamos via Ferry para a Croácia iniciando nossa aventura pelos Balcãs.
No papel a viagem estava maravilhosa , agora era apertar o Play.
O problema era resgatar a moto no estacionamento , missão que parecia fácil exceto pelo fato da concessionária da BMW em Toqueville – em Paris , não ter respondido nenhum de meus e-mails , por várias oportunidades confirmando o agendamento para revisar a moto antes de eu encarar os outros 10.000 km até a Turquia , o outro problema era comprar gasolina e leva-la até debaixo da catedral de Notre Dame , um dos principais pontos turísticos de Paris sem correr o risco de ir preso como possível autor de atentado terrorista, uma semana antes um cara atacou um policial com um martelo na entrada do mesmo estacionamento.
O primeiro problema foi resolvido escrevendo e traduzindo uma carta para o francês explicando para um taxista o problema e contando com a colaboração dele para resolver o problema , e assim foi feito um Argelino muito atencioso assumiu a bronca e comprou um galão de 5 litros de gasolina para leva até o estacionamento , ai vocês podem imaginar minha cabeça , Dois Brasileiros e um Argelino transportando combustível para um monumento histórico, descobri que caso nossas intenções fossem para o mal não seria uma tarefa tão difícil assim , e concluindo o quanto é difícil prever ou impedir atentados de qualquer natureza. Em fim abastecemos a moto ligamos a bateria e fusíveis, montamos Bolha , retrovisores, enchemos pneus e logo estávamos , na Champs Elise rumo a concessionária da BMW , sem sabermos se seríamos atendidos para a revisão.
Chegando lá os funcionários fizeram de tudo para não atender, pois não havia agendamento , eu fiquei esperando até que chegou um gerente com um inglês terrível para entender a situação, expliquei que fiz o agendamento por e-mail com no mínimo de 5 meses de antecedência , até que ele viu que eu não iria ceder e pediu para eu deixar a moto para revisão, troca de pneus e todos os fluidos etc. Como vingança pela minha insistência eles entregaram a moto porcamente lavada e a conta foi mais de mil Euros, no final do atendimento me perguntaram se eu era algum tipo de repórter ou fotógrafo , ai disse que eu era do controle da qualidade e atendimento da BMW em Munich , e relataria sobre meu atendimento ali naquela concessionária, o atendimento mudou na hora , mas já era tarde demais para refazer o serviço porco.
Fica a dica : “Se forem revisar sua BMW , façam isso fora da França” !
Partimos rumo sul para Versailles, cruzando o Vale de Loire até a cidade de Tours 289 Km. O dia estava nublado com temperatura de 15 graus mas estava bem confortável.
O Vale de Loire ou vale do Liger , é patrimônio da Unesco e abriga inúmeros castelos da época iluminista e renascentista como Chambord, Amboise , Villandry e Chenonceou, inúmeros vinhedos , paisagens culturais e , monumentos arquitetônicos , jardins inacreditavelmente simétricos e bem cuidados.
Durante os século X ao XIV o vale abrigou mais de 300 castelos e fortalezas fruto da ostentação do poder e riqueza, dos nobres e reis daquela época , eram em sua maioria, casas de campo e caça, muitas delas nem se quer foram habitadas por seus donos , que na época de Luiz XIV , viviam coletivamente em Versailles sob o poder e os olhos da monarquia. Com o fim da revolução francesa muitos dos nobres não tinha literalmente mais a ,, “cabeça “ ,, pra cuidar de seus casas de campo , algumas delas foram destruídas , outras utilizadas como quarteis durante as duas guerras mundiais , e alguns ainda, estão lá, para nos presentear com sua rara beleza e história.
650 Km de Tours França até Bruxelas passando por Brugues.
Saímos muito cedo com bastante frio e chuva rumo norte para a cidade de Bruges na Bélgica , é a capital europeia da cultura e também conhecida como a Veneza do Norte, por causa dos seus canais que a cercam, as primeiras fortificações datam do século I A.c protegia contra invasões vikings do norte , logo na época das grandes navegações perdeu importância como porto para a Antuérpia , nos países baixos mas deixou lugares como o Rozenhoedkaai e Grote Markt, e Igreja de San Salvador , Museu Groeninge , Friemuseu e Museu Memling ! como lembranças daquela época !
Mais 90 Km rumo leste chegamos a Bruxelas capital da Bélgica. Hoje a cidade abriga quase 2 milhões de habitantes que em sua maioria falam o francês , também é um grande centro politico europeu como capital da União Europeia e Sede da OTAN, também conhecida como a capital do Chocolate , e importante centro cultural de Shows e Festivais de Musica , Cinema , reclama para si, a patente de melhor produtora de cerveja do mundo! Nossa estadia foi breve mas muito bom foi rever a Belíssima Bruxelas , o Atomium , Grand Palace m Manneken Pis , Mini Europa , Palácio Real , Catedral de São Miguel , Kings House!
Bruxelas , Amsterdã, Voledan -Holanda 232 Km. Recomendo pra quem gosta de história e livros, a auto biografia de Eva Schloss, por nome de, “Depois de Aushwitz” onde no seu aniversário de quinze anos, Eva é enviada para Auschwitz. Sua sobrevivência depende da sorte, da sua própria determinação, e do amor de sua mãe, tem passagens pela Áustria , Bélgica , Holanda , Alemanha e Polônia, com certeza o livro determinou minha ida, a estes lugares nesta viagem. Estar ali saindo de Bruxelas para Amsterdã em tempos de paz, me fez pensar de como seria a vida daquelas pessoas naquela época !
Hoje estávamos em uma pista tripla rumo a belíssima e contemporânea Amsterdã , a viagem foi rápida apesar do congestionamento, passando pelo porto de Roterdã , um dos mais movimentados do mundo, logo chegamos ao museu da resistência, próximo ao centro de AMS, como é chamada por alguns , ele abriga documentos fotos e objetos , relativos aos cinco anos de ocupação nazista ! Imaginem ? O que fazer naqueles dias ? Adaptar-se ? Colaborar ? ou Resistir ? Estas foram as três opções para o povo Holandês ! caminhando pela exposição vimos como a Landelijke Organisatie, conseguiu ajudar os perseguidos pelo regime, a se esconder e sobreviver naqueles tempos.
O Museu abriga os quadros pintados pelo irmão de Eva, que foram descobertos em um sótão de uma casa onde ele e o pai se escondiam durante a guerra, antes de serem deportados pelo campo de trânsito de Westerbork , para morrerem em Auschwitz . A resistência salvou milhares de pessoas deste triste fim, e está tudo contado naqueles corredores. Não é o lugar mais visitado por turista mas é imperdível.
Falar de Amsterdã sempre desperta a curiosidade das pessoas em relação a dois assuntos, o Sexo e as Drogas, então vamos lá.
Por ser um porto, em tempos remotos, Amsterdã recebia marinheiros de todos os recantos do mundo , então é fácil entender que a cidade foi obrigada a conviver com estes dois “problemas” , as drogas e a prostituição, desde sempre.
Em 1830 a prostituição é legalizada naquele país, os estabelecimentos tem que ter uma espécie de alvará, e as meninas inclusive pagam impostos , O Red Light District, é um conjunto de ruazinhas separadas por canais, lá as meninas se oferecem aos clientes em vitrines, de frente para a rua, os clientes que se interessarem , são convidados a entrar combinando o cachê, e pagando adiantado. Quer saber mais né ? ok ! elas cobram 50,00 euros por 20 min, se o cliente topar elas fecham a cortina e tudo rola ali mesmo, também ha serviços de acompanhante e de aluguel de namorada, ao custo de 5000 euros por final de semana, ai algum engraçadinho vai dizer, nossa que barato ! , Existe o Serviço de apoio ás prostitutas, tudo é regulamentado e fiscalizado pela prefeitura. Tá pensando o que ? É uma zona organizada , não existem menores de 18 anos , o uso de preservativos não pode ser negociado, sob pena de prisão , não ha trafico humano, nem exploração sexual de menores.
Por causa das luzes em frente as cabines , invariavelmente vermelhas, importamos a expressão, “casa da luz vermelha”.
No bairro também ha Bares , Cafés , Cinemas Eróticos , Museu do Sexo , e os famosos Coffee Shop’s, que são estabelecimentos habilitados a vender a Maconha em pequenas quantidades e também os “space cakes” , que são uma espécie de muffin, só que recheados de Canábis, apesar de toda esta liberdade, no lugar, não é permitido beber álcool ou fumar tabaco, vai entender.
Ao contrário do que alguns pensam, a Holanda não é o país mais liberal do mundo, nem sequer o mais liberal da Europa, no que diz respeito a drogas, por exemplo, a República Tcheca permite porte e uso pessoal de drogas em maior quantidade que a Holanda, outro exemplo, Portugal que descriminalizou o uso e a posse de qualquer droga sendo dois países com politicas muito mais liberais que a Holanda onde a maconha é tolerada , mas não legalizada, e permite a posse e uso de 10 gramas ou cultivar até 5 plantas , porem, se você se envolver em algum acidente e for comprovado que está sob efeito de qualquer droga incluindo o álcool , o problema pode ser grande!
A Holanda esta sendo pressionada pelos seus vizinhos mais “caretas “como Alemanha e Bélgica, a aumentar o rigor contra as drogas, porque eles não gostam de ver seus habitantes saindo do país, indo visitar as cidades de fronteira para se “ Emboletar “! Pra ter uma idéia nos finais de semana a cidade fica tomada de gente de toda a Europa e os hotéis e voos ficam bem mais caros – fica a dica !
Cada cidade tem poder para decidir se tolera ou não o uso da droga e estão cogitando manter a politica de tolerância, somente para os seus habitantes, excluindo os estrangeiros.
Holanda , Republica Tcheca , Portugal , entre outros países apesar de serem liberais, tem politicas sérias para identificar , tratar e reabilitar pessoas com vício, é um contrassenso , liberar para depois ter que tratar , no entanto, assim, além de respeitarem a liberdade de cada indivíduo , também conseguiram diminuir o problema tanto qualitativamente, quanto quantitativamente.
Podem estar pensando como será que ele sabe de tantos detalhes ? Exceto uma cervejinha , não sou usuário de drogas, nem pago por sexo, meus únicos vícios são as viagens, motos e historias!
Agora rumo norte no caminho através de diques , moinhos e canais , está a bela Volendam , longe dos circuitos turísticos, da Holanda , a cidadezinha fica pouco distante de Amsterdan, apenas 20 minutos, sem transito, ainda é originalmente uma vila de pescadores com 22000 habitantes , tem poucos hotéis mas uma vocação para atender aos poucos que se aventuram por lá, o ponto alto é a culinária local , fabricas de queijo e vários restaurantes que servem em sua maioria peixes empanados e frutos do mar , acompanhados com uma boa Amstel gelada , é perfeito. Acordar cedo para acompanhar o nascer do sol, iluminando as casinhas alinhadas a beira do mar, parece uma pintura, uma das paisagens mais incríveis que já presenciei.
Saímos rumo sul para Koln na Alemanha a cidade é a capital do estado da Renania e tem este nome por ter sido uma colônia de Agripa nos idos do império Romano, tem mais de um milhão de habitantes , abriga mis de 30 museus em sua maioria , de arte , contemporânea , e é famosa pela , catedral de colônia o Kolner Dom , que pode ser avistada a vários quilômetros antes de chegar a cidade, a água de Colônia ,conta a historia que o imperador Frederico Barba ruiva , após saquear a cidade de Milão por volta de 1100 dc, trouxe os restos mortais dos três reis magos , que hoje jazem em uma urna de ouro atrás do altar, será ? Era muito comum na época medieval pessoas venderem relíquias religiosas, como os pregos e madeira da cruz de jesus , por exemplo , o fato é que ela é a terceira catedral mais alta do mundo, foi duramente bombardeada na segunda guerra mundial e não caiu , sua reconstrução terminou em 1959.
Depois do rápido tour , saímos por volta das 14:00 para tentar chegar a Luxemburgo, ou Grão ducado de Luxemburgo , fica situado em meio as montanhas , é um estado soberano, e faz divisa com a Bélgica , França, e Alemanha, tem 500.000 mil habitantes e menos de 3000 km quadrados , é comum ouvir a língua portuguêsa pelas ruas, por ser a terceira língua mais falada atrás apenas do francês e do alemão , tem um dos maiores PIB per capita do mundo, é uma cidade muito bonita ,sofisticada e uma das mais seguras da Europa , a moto inclusive dormiu na rua , por conselho do hotel que não tinha estacionamento , mas explicou que é comum e tranquilo os carros dormirem na rua, e assim foi , ao lado de Porche’s, Masseratis e BMW’s.
Cruzando as áreas férteis de França e Alemanha, com seus campos de trigo, milho, e forragem cruzávamos suas vilinhas agrícolas, através de ruas que mal passava um carro de cada vez, a paisagem é deslumbrante , a moto proporciona este tipo de sensação , estamos em um lugar totalmente desconhecido por turistas , ali vivenciamos realmente a vida das pessoas do interior daqueles países , o ambiente é de paz silencio e tranquilidade , parece que o relógio anda mais devagar por aquelas bandas. A estrada estreita e toda em curva de media velocidade, cruzava plantações de trigo, lavanda batatas e milho , e também vilarejos medievais onde os carros passavam quase raspando os retrovisores nas casas , com passagem somente em um de cada vez , a paisagem parecia ter saído de um filme de uma das vilas de Fellini . o dia estava ótimo para pilotar e cumprimos os 560 Km chegando a Friburgo na Alemanha por volta das 15:00 horas.
Friburgo havia me impressionado muito durante minha primeira viagem a Europa , cidadezinha pequena, encrustada na floresta negra também é uma cidade independente , com sua legislação própria , cidades distrito são bastante comuns na Alemanha , como Dresden , Berlin, Hamburgo e Bremen, significa na pratica que a cidade tem poder para criar leis próprias, regalia concedida pelo estado Alemão para algumas cidades , que foram reinos anexados ainda no tempo da antiga saxônia, permitindo que conservassem sua particularidades culturais. Quanta mudança , Friburg , da primeira vez era exatamente como quando você imagina uma cidade do interior da Alemanha com aquelas casas de madeira e alvenaria , igreja em estilo gótico riozinho passando dentro da cidade margeado por flores e arvores acrescente o frio e as montanhas da floresta negra em volta do vale, fiz muita propaganda pra Cris, que ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer esta cidade, quanta decepção , tudo ficou moderno , cidade com 200.000 habitantes , o rio foi aterrado dando espaço para ruas , as feiras ao ar livre deram lugar a shoppings , a Igreja estava espremida entre os novos prédios , mal dava para registrar em fotografia devido a curta distancia que sobrava, a cidadezinha que havia saído de um livro de contos de fada havia se transformado em um bloco de concreto cinzento e esquisito que ainda tentava conservar a receita trazida pelo turismo.
No outro dia saímos em direção sudeste para Suíça, a dica é : assim que cruzar a fronteira , que não tem aduana, não esqueça de comprar o adesivo do pedágio para transito naquele país , o adesivo pode ser adquirido em qualquer posto de gasolina , e deve ser colado no para-brisa, no nosso caso , “bolha “, e é obrigatório para transitar naquelas rodovias.
Assim que passamos por Basel ou Basileia para os brasileiros, e começamos a nos aproximar dos Alpes , pela primeira vez nesta viagem , a paisagem fica belíssima e é difícil resistir ao clic da maquina , o problema é que a cada quilometro aparece uma paisagem mais linda do que a do quilometro anterior, e o risco é ficar sem bateria mesmo antes de chegar ao destino, e foi exatamente o que aconteceu , é com certeza um dos lugares mais deslumbrantes em que já tive a oportunidade de estar.
O vale de Lauterbrunnen , fica distante 227 km de Friburgo na Alemanha e 78 Km de Lucerna na Suíça , a cidade Lauterbrunnen é encantadora, principalmente nos meses de Julho e Agosto , período em que não é muito frio , e a visibilidade é excelente, tornando possível, apreciar a beleza das neves encimando os Alpes , a região é uma excelente base para os aventureiros, que procuram o lugar, para praticar esportes de inverno.
A região de Jungfrau possui 213 km de pista, para esportes de inverno e 100 km de trilhas. Existem apenas duas formas de chegar a até Mürren, Wengen-Kleine Scheidegg ou Schilthorn , através do Cable-car, ou trem.
Para ira a Mürren é preciso pegar o Cable Car, que sai de Lauterbrunnen e sobe 1638 m, e depois um trem por mais alguns quilômetros, peral acima, também existem trilhas que podem levar até 12 horas para cobrir a mesma distância, a cidadezinha tem 450 habitantes e 2000 leitos de hotel, tem uma igreja e uma escola , e somente uma rua. O paraíso na terra para os praticantes do Base Jump, e Parapente ou Paraglide , no meu caso a região também atende um dos meus esportes preferidos “começão de queijo, com tomação de Vinho.
Desde Mürren, usando outro teleférico fomos até Schilthorn a 2970 metros de altitude , o lugar abriga um restaurante giratório com uma vista simplesmente espetacular , uma loja , um cinema , e um museu , o lugar ficou mundialmente famoso porque foi o set de filmagem para o filme do Agente do 007 de 1968 , James Bond a Serviço da Rainha , se não me engano o sexto da saga.
Saímos com destino a Zurique passando por Grindelwald , uma comuna da Suíça, no Cantão Berna, curvas de baixíssima velocidade subindo e descendo os Alpes em primeira e segunda marcha , levamos 2 horas para cobrir 80 km ate sairmos “contrariados “ em direção a Lucerna e depois margeando o lago Zugersee de cor azul turquesa de um lado e as montanhas do outro, deveríamos ter deixado pelo menos uma semana somente para aqueles lugares.
Chegamos a Zurich , que não é a capital da suíça , ( Berna ) como muitos imaginam, mas é a maior com quase 400.000 habitantes na cidade e 1.8 milhão na zona metropolitana, o que de forma nenhuma se torna um problema demográfico , afinal estamos na suíça .
É o centro financeiro do país , abriga inúmeras seguradoras e bancos que atraem o capital mundial pelos baixos impostos e respeito a privacidade financeira alheia.
O Lago de Zurich da vida ao Rio Limmat que cruza a cidade de norte a sul , deixando a cidade ainda mais bonita , por suas pontes em vários estilos ,
Visitamos o Museu nacional, que na verdade é apenas um dos vários prédios com coleções que contam a história da Suíça , Joias , Sapatos , Instrumentos musicais , peças religiosas , e principalmente a coleção de numismática , ( moedas ) , o mais impressionante desta coleção , é que as moedas de franco tem cédulas de 10, 20, 50, 100, 200, e 1000 desde 1850 e tem sempre o mesmo valor, até hoje, nunca foi necessário cortar ou adicionar um zero a moeda. Era o aniversario da Cris , então passamos no mercado para comprar um vinho e claro alguns queijos , para comemorar , a moto dormiu na rua , e no dia seguinte fomos visitar a sede e museu da FIFA, O museu conta basicamente , com detalhes e objetos e curiosidades a história de todas as copas do mundo, tem 3 andares, o vídeo apresentado na sala é fantástico. Senti a falta de mais material e detalhes sobre mundial de clubes e grandes campeonatos mundiais de clubes como UEFA, Libertadores, Copa dos Campeões. No final do tour tem uma loja com artigos da Fifa e camisas retrô das seleções as vezes assinadas por ídolos , como Pelé , Creuf, Zidane, entre outros , e também um bar que simula um estádio de futebol com telas gigantes para acompanhar jogos.
O dia seguinte era um dos mais esperados da viajem , de Zuirch até Bolzano na Itália , porem cruzando o Passo de Stélvio, no alto dos alpes em uma das estradas mais fantásticas da terra.
Acordamos 5:30 da manhã e saímos rumo Leste para Liechtenstein, para cumprir os primeiros 110 Km , até a capital Vadus , o Micro estado independente tem 120 quilômetros quadrados e uma população de 36 mil habitantes , mesmo assim é um dos países mais ricos do mundo , um principado governado desde sua fundação pela mesma família que hoje habita um castelo gótico no topo de uma colina encrustada nos alpes entre a Alemanha , Áustria e Suíça, não tem muito para se ver lá então foi comprar um suvenir , um mesmo , nada cabe na moto , tirar algumas fotos e seguir para o prato principal o tão esperado, Passo de Stélvio.
localizado ao norte dos Alpes italianos em Bormio, na província de Sondrio, possui 75 Km de extensão que terminam ao sul do Stilfs, na província de Bolzano-Bozen, perto da fronteira com a Suíça.
É considerada a segunda mais alta rodovia pavimentada de toda a cadeia montanhosa dos Alpes , a sua parte mais elevada situa-se a 2757 m acima do nível do mar , foi construída no ano de 1820.
Muitos consideram que é o mais bonito de todos os passos dos Alpes Europeus, esta era a primeira vez que cruzaria os Alpes , mas até o final desta viagem cruzaríamos mais 3 vezes, só pra confirmar a impressão.
A Stelvio Pass liga Valtellina nos Alpes Suiços a Merano, nos Alpes Italianos, com a paisagem da direita pertencendo aos Alpes Austríacos.
A rodovia desafia a habilidade, com suas curvas fechadas de primeira e segunda marcha , 78 no total, somente pra subir pela lado Suiço, a partir de St. Maria, pela a Umbrail Passo a 2501 metros de altitude, e depois, mais algumas curvas até Stelvio, seguidas por outras, 66 curvas para descer pelo lado Italiano, passando por Bormio e Prato.
Uma paisagem tão fantástica , quanto perigosa , o problema , “muito comum “ é o Motociclista perder a direção por estar apreciando a paisagem, e acabar causando algum tipo de acidente, subimos com chuva, e a temperatura chegou a -5 graus , o nosso “incidente” foi bater a mala lateral esquerda em um poste de concreto que impede a queda pelo precipício, um baita susto e marcas de guerra para nossa GS ,
Na subida frio e Chuva , a descida calor e sol , espetacular vista dos montes nevados e dos vales até chegar a região de Bolzano, fica no cano da bota , na parte de traz , achou ? A região é composta de duas províncias autônomas a de Trento e a de Bolzano, chamadas autónomas visto que se trata das únicas províncias italianas que têm poderes legislativos e não estão sujeitas ao poder regional. O conselho regional é composto pelos parlamentos das províncias e o cargo de presidente da região é assumido a rotação pelos presidentes das províncias. No final da tarde ainda deu tempo de visitar o Otzi , o homem de gelo , no museu de Bolzano.
Ötzi é uma múmia masculina bem conservada ( Fica dentro de um refrigerador com aberturas para que as pessoas o vejam ) , tem aproximadamente 5 300 anos.
A múmia foi encontrada por um casal de alpinista, nos Alpesorientais, perto do passo de Stelvio , em 1991, num glaciar perto do monte Similaun, na fronteira da Áustriacom a Itália. Carrega o título de mais velha múmia humana conhecida, e oferece uma visão sem precedentes da vida e hábitos dos homens europeus na Idade do Cobre. Ao morrer, detinha vestimentas que o protegiam do frio, com três camadas de roupas. Estudos revelaram que seu casaco era feito a partir de peles de ovelha e cabra. Quanto às caneleiras, elas acabaram sendo costuradas a partir de couro de cabra. Os cordões dos seus sapatos de couro de vaca, além de uma capa forrada de fibra da casca de árvore, a pele veio de urso pardo e a aljava das flechas era feita de pele de veados, e todos os artefatos estão expostos no museu , é um dos museus mais legais que já vimos, no final da tarde, tomar uma cerveja na cantina, Batzen Brau , uma cervejaria fundada em 1404 , que ainda esta no mesmo lugar funcionando desde então , fomos acompanhados por dois novos amigos a Patrícia Vaghetti e Paolo Guerrato , casal agradabilíssimo , ele cheff de primeira grandeza , em que , por experiência escolheu o jantar .
Bolzano – Itália até Innsbruck – Áustria, uma High Way liga as duas cidades por 120 Km , nossa escolha foi percorrer 350 km , novamente pelos Alpes em estradas praticamente desertas, saímos de Bolzano as 7:30 da manhã pelo oeste rumo aos passos de Son Vigo , Sarantino e Vidana , foi diversão garantida , a estrada parecia um comercial de propaganda de chocolate suíço , casas encravadas nas montanhas em lugares, de difícil acesso , como seria morar lá ? como seria a vida no inverno ? Os pastos são cortados , enfenados e guardados, para alimentar os animais no inverno, as cores os cheiros, não dava vontade de chegar logo ao destino.
Innsbruck fica a oeste da Áustria , e é a capital do Tiról , sediou duas olimpíadas de inverno em 1964, e 1976, é cortada pelo rio Inn, no meio do vale o que sugere que sua existência remonta aos períodos pré-históricos , foi anexada a Alemanha nazista e hoje é um importante centro turístico e educacional daquele país.
Agora rumo norte até o castelo de Newschwanstein, e depois até a Belíssima Munich, 234 Km, a própria chegada ao castelo é digna de aplausos , do nada ele aparece em meio a uma colina, o Castelo de Neuschwanstein (em alemão Schloss Neuschwanstein) , é na realidade um palácio, construído na segunda metade do século XIX, perto das cidades de Hohenschwangau e Füssen, no sudoeste da Baviera, a alguns quilômetros da fronteira com a Áustria.
Foi construído por Luís II da Baviera no século XIX, inspirado na obra de seu amigo e protegido, o grande compositor Richard Wagner. A arquitetura do castelo possui um estilo fantástico, o qual serviu de inspiração ao "Castelo da Cinderela", símbolo dos estúdios Disney. É um dos edifícios mais fotografados da Alemanha e um dos mais populares destinos turísticos europeus, além de também ser considerado o "cartão postal" daquele país. O nome Neuschwanstein é uma referência ao "Cavaleiro do Cisne", Lohengrin, da ópera com o mesmo nome. A logística da visita é um pouco complicada , pois não é possível ir até o castelo de moto ou carro, é preciso estacionar o veiculo, ir até um guichê, onde se compram os tickets, que que permitem subir até lá , a subida pode ser feita a pé , de charrete e de ônibus , o problema é que a agenda deles é sempre cheia , então chegar cedo não é sinônimo de entrada no castelo necessariamente , chegamos a 9:00 e só tinha ingresso para entrada no castelo as 15:00 o que impossibilitou nossa entrada , mas não a contemplação aquela maravilha da arquitetura. Subimos de ônibus e descemos a pé.
Agora era seguir viagem até Munich onde teríamos dois dias de descanso pois havíamos chagado quase ao meio da jornada , com pausa para lavar todas as roupas e a moto, fazer manutenção e claro descansar um pouco, nosso o dia de descanso incluía visita ao Alianz Arena , campo do Bayern de Munich , Visita ao Museu da BMW , Subida a Torre no parque olímpico , festival de verão de Munich e show de Zuchero Fornacieri , que apesar de tantas coisas para fazer naquela lindíssima cidade , era principal motivo do nosso retorno a Alemanha naquele dia.
Se eu pudesse fazer uma magica em minha vida e escolher uma cidade para viver , sem duvida minha escolha seria Munich , é uma cidade independente , com 1,3 milhão de habitantes , a terceira maior da Alemanha atrás somente de Berlin e Hamburgo , em minha opinião quando o mundo se tornar um lugar mais evoluído e sociável com certeza ele será como Munich , não da realmente para descrever , é só indo lá para conferir, a cidade foi sede dos jogos olímpicos de 1972 , e da Copa do Mundo de 1974 vencida pela Alemanha , hoje é a sede da Oktoberfest, abriga mais de 300 cervejarias artesanais, tem o orgulho de afirmar que tem a melhor cerveja do mundo , Talvez pelas pessoas , muito pouco vaidosas, e extremamente atentas ao convívio social e a saúde física e mental , lá jovens de 90 anos estão correndo pelos parques , e a noite com certeza, curtindo um Rock e tomando uma cerveja em algum lugar da cidade. Carros , Cerveja , Musica , Futebol , Clima , difícil encontrar outra cidade igual , fica o desafio.
Museu da BMW - Bayerische Motoren Werke , Fabrica de Motores da Baviera.
A entrada é gratuita e já no primeiro andar nos deparamos com, a historia em disposição cronológica desde a primeira BMW modelo R32 fabricada em 1923 , até modelos conceito que ainda não foram lançados pela marca, passando pelos modelos utilizados na segunda guerra mundial , imaginem , do lado Americano as Harleys e Indians , e do lado Alemão as BMW.
A exposição de carros inclui os modelos 007 , o Brabhan Parmalat com o qual Nelson Piquet , conquistou o Bi campeonato da Formula 1, motores de aviões , o BMW 507 Rodster, conversível, usado por Elvis Presley , considerado hoje como o carro mais caro do mundo, eleva o museu ao status de visita imperdível em Munich.
Alianz Arena – abriga o time do Bayer de Munich desde 2006 , foi sede da abertura da copa do mundo daquele ano, Custou 350 milhões de euros e mais ou menos o custo do Mané Garrincha em Brasília , guardadas as devidas proporções, as atrações são a visita guiada pelas dependências do estádio , visita ao museu , que claro, conta a historia do clube, impossível não comparar com os clubes brasileiros , e ai pode ser qualquer um , lá vai : 1 Campeonato mundial Interclubes Clubes 2 Copas Intercontinentais, 5 Liga dos Campeões , 1 Liga da Europa , 1 Recopa , 1 Super Copa , 27 Campeonatos Alemães , 18 Copas da Alemanha , e 6 Super. copas da Alemanha , o estádio tem capacidade para 75000 torcedores.
O principal motivo da nossa viagem a Munich , foi a descoberta da agenda, do Show do Zucchero , ou Zucchero Fornaciari , descobri este artista a um bom tempo atrás, tentando importar um disco de , Enrico Caruso que foi um tenor italiano, considerado, inclusive, pelo ilustre Luciano Pavarotti, o maior intérprete da música erudita de todos os tempos, o resultado é que o disco veio “errado “e eu ganhei a oportunidade de conhecer um dos maiores gênios da musica popular italiana, e naquele dia, a oportunidade única de velo ao vivo e a cores. Show espetacular a dois paços do palco em frente ao gigante da musica.
No dia seguinte em quanto a Cris desenrolava uns assuntos no Brasil, sai para lavar a moto e encontrar uma lavanderia , a final estávamos a 15 dias ou seja , na metade da estrada e todas as poucas roupas da viagem já estava imundas e mereciam uma atenção especial , fui a uma lavanderia , a duas quadras do nosso hotel, mas a tarefa não se mostrou mito fácil , por causa das maquinas de lavar, que funcionam com fichas , e pra quem pensa que era só colocar ficha e selecionar o serviço desejado , como eu imaginava , o serviço da Alemanha é um pouco diferente , tem que colocar ficha pra comprar outra ficha , para depois selecionar o serviço , e as fichas não ficam nas maquinas mas sim eu um painel separado , e pra piorar , não tinha ninguém na lavanderia pra mim copiar o que ele fazia , e também ninguém para atender , isso mesmo , como ninguém pega nada do alheio, então não precisa de funcionário, o jeito foi ficar ali esperando até chegar alguém , então chegou um senhorzinho de uns 50 anos , que viu minha dificuldade mas não sabia falar inglês , e nem eu alemão, então nos comunicamos a base de mimica mesmo , pegou minhas moedas de Euro e trocou pela ficha da ficha e startou todo o processo de lavagem , enquanto esperava, o senhor arriscou um.
- Where are you from ? então eu disse .
- Brasil ! e ele , sem nenhum constrangimento .
- Ô caralh... eu também sou brasileiro ! caímos na risada , por termos perdido um tempão nos comunicando por sinal e mimica sem saber que falávamos a mesma língua. O senhor mora na Alemanha a 20 anos e trabalha na construção civil !
Moto e roupa lavada e abastecida , amanha sair bem cedo rumo a Veneza através do Passo de Grossglokner, 634 Km.
O Grossglockner é o ponto mais alto da Áustria. Tem 3797 m de altitude, é a segunda montanha mais alta dos Alpes, depois do Monte Branco. A leste fica o passo do Brennero, na fronteira entre os estados austríacos da Caríntiae Tirol,mais especificamente, com o exclave do Tirol Oriental. Saímos de Munich com 25 graus e cruzamos o passo a – 15 graus com chuva e neblina que mal deixava enxergar a estrada do lado ocidental , assim que cruzamos o passo , o clima mudou e dava para ver toda a majestade dos alpes austríacos em uma das estradas mais belas e perigosas do mundo . segundo o www.bestbikeingroads.com, tem nota media 4,8 de 5 , Curvas , 4.8 , Dificuldade 4.1 , Beleza da paisagem 4.8 , qualidade do pavimento 4.0, visibilidade 3.7 presença da Policia 1.9 , perigo 4.2, segundo o ranking , só perde em notas para o Passo de Stelvio , que havíamos cruzado alguns dias atrás
Por fim chegamos na divisa entre Áustria e Itália , pela High Way E 45 , passando por Sabioneta , e Sedico Beluno , de onde em 1870 meus bisavós , Marchetto , Cappelli , Vanz e Zanatta, saíram rumo ao Brasil para tentar uma nova vida em terras Americanas, foi muito interessante cruzar aqueles montes imaginando como seria a vida naquela época e o que os motivou a mudar de continente sabendo que nunca mais iriam sequer, ter a oportunidade de visitar a Itália novamente.
Nossa passagem por Veneza seria rápida , então guardamos a moto em um estacionamento próximo a Rodoferroviária e saímos a pé para apresentar a conhecer a capital do Veneto construída sobre 117 ilhas, separadas por canais e ligadas somente por pequenas pontes e por vaporetos ou gôndolas , a cidade dos Dodges, que eram tão poderosas que foram capazes de enfrentar e vencer belicamente toda a Europa em tempos remotos , Praça e Basílica de São Marcos , Palácio Ducal , Ponte Rialto e dos suspiros , Canal Grande , Campanário , Academia , são na minha opinião os pontos altos, a visitar na belíssima cidade.
Agora a missão, não era tão fácil, precisávamos ir até Florença , conhecer a cidade , e ainda voltar para dormir em Maranello e no outro dia, visitar o museu da Ferrari, e assim fizemos, 406 km , não parece mito , mas ainda tínhamos que visitar Florença , Basílica Santa Maria Del Fiori, Piaza del Duomo, Basílica São Lourenço , Ponte Vechio , mercado central , e Galeria de Uffizi , para ver a estatua de Davi de Michelangelo. retornamos no final da tarde para dormir em Maranello ! Missão cumprida , era a minha terceira vez em Veneza e Florença, a cada visita elas ficam diferentes e até mais bonitas.
Maranello é uma comuna italiana da região da Romanha, na província de Modena , tem apenas 20.000 habitantes, mas sua fama se deve ao fato de abrigar, a fabrica e o museu de uma das mais importantes marcas de automóveis da Itália e do Mundo , a marca do Cavalo Rampante , de Enzo Ferrari, diz a lenda que Enzo , adotou o cavalo negro empinado ladeado pelas letras S e F ( Scuderia Ferrari ), a pedido da mão de um amigo , um piloto de caça que foi abatido na primeira guerra mundial, e pintava o cavalo nos seus aviões, e virou um herói nacional. Desde 1939 produzindo carros de competição, o museu apresenta as primeiras Ferrari da décadas de 50 até a de 80 , e as F1 de Proast, Massa , Shumacher, Raikonen. Um ala inteira do museu , com carros GT, paraíso para apaixonados por carros , como eu , que desde criança queria ter um F50 ! Ainda quero.
230 Km separam Roma de Nápoles , rumo sul , a dica é circundar a parte norte do Vesúvio, para evitar o caos no trânsito, o correto seria virar a direita pela SP1 antes de chegar literalmente na cidade , com o trânsito terrível, comparado a Tegucigalpa , Cairo , Guatemala , o jeito foi enfrentar o engarrafamento da pequena Herculano, que possui somente duas “avenidas”, que cruzam a parte sul , entre o vulcão Vesúvio e o a Bahia de Nápoles , quem pilotou a 15 Km por hora por duas horas sabe o quanto é difícil , uma verdadeira prova física para os punhos e pernas.
Herculano e Pompeia foram soterradas pelas cinzas do vulcão Vesúvio, em 79 d.c e muitos habitantes morreram na tragédia , hoje as cidades apresentam ruinas que começaram a ser escavadas no final do século 18 , as cinzas conservaram , afrescos , mosaicos , artefatos e até moldes dos corpos das vítimas e hoje recebe 3 milhões de visitantes por ano , naquele dia, parecia que todos os 3 milhões estavam ali, e cada um com seu próprio carro ou moto.
Assim que nos livramos do trânsito , de Herculano e Pompeia, rumamos leste pela província de Salermo , através das comunas de Positano, Amalfi, Ravello , e Vietri Sul Mare. Os pontos altos são os centros históricos das comunas , principalmente do de Scala , Positano e praia de Maiori, a Costa Amalfitana é , com certeza uma das estradas mais belas do mundo.
De volta a Bolonha ! O outro dia também seria uma correria , a agenda incluía , vista ao museu e fábrica da Ducati, visita ao Autódromo de Ímola , Principado de San Marino e no final do dia pegar nosso Ferry Boat, rumo a Croácia.
O museu da Ducati também fica próximo a Bolonha , situado na região conhecida como “O vale dos motores “! O senhor Ducati teve 3 filhos , no inicio eram envolvidos com produção de capacitores e de equipamentos de rádios transmissão , na adolescência, se apaixonaram por corridas de moto, e começaram a produzir suas próprias, para poder competir nas provas de estrada entre Florença e Bolonha. No museu encontram-se mais de 70 modelos de motocicletas Vintage, desde a primeira bicicleta com motor, fabricada por eles , até a última Racer, Desmocedici GP18, de Jorge Lorenzo, que compete na moto GP moderna , a visita é imperdível.
120 Km até Ímola ! para mim um capitulo a parte da viagem, poucos se lembram, a final já contamos 24 anos a partir daquela data, mas em 1 de maio de 1994 , Era a terceira corrida do campeonato mundial daquele ano, e também o mais triste da historia do esporte, o fim de semana foi marcado pela morte do piloto austríaco Roland Ratzenberger, um acidente que deixou o piloto brasileiro Rubens Barrichello seriamente ferido. A mesma corrida , viu a morte do tricampeão mundial Ayrton Senna em um grave acidente! Na Curva Tamburello !
O Brasil, perdeu, um dos últimos grandes esportistas Brasileiros , Ayron Senna , o lugar é centro de peregrinação para os amantes da Formula 1 , é possível entrar na pista , com a permissão da diretoria do autodromo, que nos concedeu este privilégio , na curva onde aconteceu o terrível acidente , que ceifou dois pilotos, em um só fim de semana, existe um memorial sempre cheio de flores , e bandeiras deixadas lá por fãs , de todas as partes do mundo.
Ayrton sempre será lembrado, pelos brasileiros da minha geração , como o maior e melhor piloto de todos os tempos. Depois da sua morte , embarcaram, tanta tecnologia nos carros, que a F1 perdeu completamente a graça , hoje , quem vence os grande prêmios, são os carros, e não mais os pilotos!
Agora rumo leste até a Sereníssima , Republica de San Marino , como é chamada pelos seus 30 mil habitantes , fica completamente rodeada pela a Itália , se auto afirma como país mais antigo do mundo, o país tem 60 Km™ , e sua capital Cidade de San Marino, fica encima de uma montanha, na verdade o estado “é” uma montanha !
Mis 56 Km , para terminar nossa viajem através da Europa , pilotamos , através de França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Luxemburgo, Suíça, Liechtenstein, Áustria, Itália , 5008 Km , em 21 dias , EU 438,00 gastos com combustível,
Embarcamos no navio, Jadrolinja , no porto de Ancona, até a cidade de Zandar , do outro lado do mar Adriático, o Barco, parte todas as Terças e Sábados, as 10 da noite e chega na Croácia as 7:00 da manhã , para continuar nossa nova jornada , até a Turquia, agora, cruzando os Balcãs.
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