A república da Lituânia , tem 3 milhões de habitantes, era uma nação relevante na idade media, sempre em estado de conflito entre os países e impérios vizinhos , transformando-a em um estado multiétnico, pois ali passaram Alemães, Polacos , Russos, Mongóis , Nórdicos, hoje tem sua independência recente em 1990 , faz parte da União Europeia e tem ótimos níveis de desenvolvimento humano , sair da Polônia e entrar na Lituânia só é perceptível por uma placa na estrada que delimita os países mesmo sem aduanas e burocracias. Rodamos naquele dia 450 Km , desde Varsóvia até a Bela capital daquele pais , Vilnius.

Trakai é uma cidade próxima a Vilnius , cercada pelo lago Galve com vários hotéis restaurantes e Resorts, e abriga um castelo medieval com seu nome, sua construção remonta ao século catorze , com importância estratégica histórica.

O Ideal é parar de duas em duas horas , para descansar , um lanchinho no posto de gasolina , um soninho deitado na beira da estrada ajuda , quando acordamos todos os dias as 5 ou 6 da manhã , durante vários dias, ha que se ter cuidado , com a ansiedade de chegar , o sono , o cansaço físico, definitivamente andar de moto requer muita concentração, e o desgaste é sempre proporcional.

Saímos para andar a pé , na pequena capital e tomar algumas cervejas, sempre bem vindas depois de um dia de Moto Fotos e Estrada, ninguém é de ferro!

A cidade é riquíssima em arte de rua , e não é incomum encontrar postes totalmente revestidos de Crochê.

Apenas 300 Km separam a capital da Lituânia, Vilnius de Riga Capital da Letônia, o trajeto é fácil e divertido , mas naquele dia caiu um diluvio, e sofremos bastante com a comunicação na hora de abastecer e almoçar , pois a região não é muito frequentada por turistas, foi tudo na mimica mesmo , o que comemos no posto ? acho que era porco !

Tentei encontrar a tradução para isso em Russo e Letão mas não consegui , deve ser Bosta mesmo !

Próximo a Riga , encontramos o Museu etnográfico nacional da Letônia, foi fundado em 1965, e sua historia é mais ou menos a seguinte , o cara que fundou o museu , visitava a trabalho as regiões agrícolas da Letônia , Lituânia e Rússia , cada vez que ele achava uma construção antiga , tipo , Igrejas , Casas de Fazenda , Celeiros , Estábulos , Casas de Pesca , Moinhos , etc... ele comprava o prédio desmontava e levava para uma fazenda particular onde reconstruía o prédio exatamente como ele era no original , peça por peça , é espetacular , existem outros deste tipo nem Estocolmo , na Suécia ou Oslo, na Noruega , mas nenhum tão grande e com tantos prédios , diferentemente dos museus onde encontramos somente artefatos antigos , encontrar os prédios daquela época, e poder entrar é vivenciar a historia. Um dia volto a Riga só pra rever este lugar.

Constrido em 1924 tem mais de 30 Predios medievais.

Calçando uma bota Alpinestar Impermeável , prendi o bico da bota em um pedaço de ferro e o calcanhar ficou preso no descanso do pedal fazendo uma alavanca que quase quebrou meu pé, fiquei feliz de não ter quebrado, e percebi a importância da proteção que a bota proporciona, o resultado foi que, não pude conhecer Riga como deveria , pois não podia andar , fiquei assim por alguns dias , o jeito foi tomar alguns vinhos e apreciar o movimento das ruas. Em Riga , o clima muda rápido e nunca escurece tarde no mês de Julho.

Saímos de Riga Rumo a Valga divisa com a Rússia , então passamos rapidamente pela Estônia , que fica as margens do mar báltico, tem 1.3 milhão de habitantes, e um clima que não tem como confiar , muda rápido e de repente. Outro país Multicultural com influencia da Rússia , Finlândia , Suécia , Alemanha . 158 Km , saímos cedo para encarar as Aduanas , 

Narva é uma cidade situada no nordeste da Estônia , na divisa com a Rússia, banhada pelo rio que leva o mesmo nome , foi um lugar historicamente estratégico porque, quem tivesse seu controle, também teria acesso aquático desde o mar báltico até ao lago Pacov , quase na divisa com a Estônia , a maioria da população é Russa embora tenha sido tomada por vários impérios durante o longo do tempo , O castelo Hermann foi fundado em 1250 pelos Dinamarqueses , fica com uma parte em cada lado do rio , protegendo a passagem , separada por uma ponte , que hoje divide Rússia e Estônia.Narva

Pausa para o descanso aguardando a chuva , á frente , passar.

Quando chegamos a Narva, fomos diretamente ao posto de controle , próximo a ponte, e ficamos observando como faríamos o procedimento de saída da Estônia, estava bastante complicado por causa da língua, os guardas da ponte não falavam Inglês, e as placas estavam todas em Estoniano ou Russo, língua mais falada em Narva, tentei me comunicar com algumas pessoas, mas foi em vão, quando de repente apareceu, cara alto com aparência ocidental, era um alemão , que falava muito mal o inglês, o senhor poderia nos ajudar ? Não sei porque, mas ele estava bastante exaltado com os guardas da Aduana, ele se aproximou de mim falando em Alemão apontando para um papel e reclamando muito, fiquei parado ouvindo sem entender nada, mas deixei ele falar , eu acho que ele pouco se importava, se eu ouvia ou não, o que ele estava dizendo, ele só queria xingar e desabafar, ele percebeu que não sabíamos fazer os tramites da aduana então fez sinal com a mão para que o seguíssemos, entrou em um carrinho vermelho e saiu, quase não deu tempo de subir na moto e acompanha-lo em direção a um bairro afastado da cidade, chegando lá percebi que era o local onde eram feitos os tramites da Aduana, a guarita da ponte era somente o ponto para passagem com os papeis prontos para serem carimbados, haviam  varias filas , de carros , caminhões e pessoas , e o alemão continuava perto de mim xingando com o papelzinho na mão, fiquei um pouco preocupado, porque não é muito inteligente, ficar brigando na aduana, porque os oficiais tem o poder de dificultar muito sua vida , e o alemão não saia de perto de mim, chegando minha vez na fila apresentei os papeis da moto, alugada juntamente com os meus, e em 2 horas estava tudo pronto ,  14:00 hs , então me dirigi a ponte para finalmente sair da Estônia e fazer os tramites da Rússia, ficamos parados na ponte, enquanto uma fila imensa de carros tentavam fazer o mesmo, a fila andava devagar, e só havia um pequeno telhado que abrigava as guaritas, naquilo as portas do céu se abriram para um diluvio, que eu nunca tinha visto em toda minha vida, e nem tão pouco vi, chovia de balde , então largamos a moto na fila e fomos nos abrigar no telhado da aduana, a cada vez que a fila de carros andava, eu saia na chuva e empurrava a moto, por alguns metros, e assim foi , pelas próximas 4 Horas , até chegar a nossa vez , 17:00 hs,  a oficial nos deu, só pra sacanear,  um papelzinho escrito em Russo, que era impossível de ser preenchido, demorou mais um tempo e pedimos um em Inglês, para preenchermos, ai ela demorou mais uma hora para saber se brasileiros precisavam de visto para entrar na Rússia  ou não, 19:00 Hs, tudo pronto fomos até a moto, que já estava embaixo do abrigo e cadê que ela pegava ? fiz de tudo , e não ligava, minha cabeça inexperiente, logo realizou que seria algum dano elétrico, causado pela chuva, um guardinha da aduana passava ao nosso lado e dizia “Go !“, ria e abanava o braço, dizendo para seguir, filho da puta ! 21:00 hs, e nos lá sem poder voltar ou seguir, com os guardas tirando sarro da nossa cara. A situação era muito preocupante , ficar sem a moto ali , num sábado, sem o seguro que era válido somente na União Europeia , com a moto estragada , seria sem dúvida o final da nossa viagem.

Houve a troca do turno da guarda da guarita , e chegou um guardinha que se aproximou da moto , falou algumas palavras em russo , e saiu de perto , 22:00 hs, o guardinha voltou com um cabo de chupeta, daqueles vermelho e preto, no meu entendimento o problema não era bateria, mas eu não tinha nenhuma opção naquele momento, então abrimos a moto achamos a bateria e conectamos o cabo, a fila carros andava lentamente e ele foi para o meio da pista e fez sinal para um cara parar, era um carrinho vermelho, incrivelmente com o Alemão dentro, o senhor poderia nos ajudar ? Ele não queria mas foi obrigado a parar, por ordem do guarda e já desceu xingando em alemão, vinha pro meu lado e xingava, abriu o compartimento da bateria que era dentro do carro embaixo do porta luvas e xingava, mas teve que permitir que fizéssemos a chupeta, durante este tempo ele vinha pra perto de mim e xingava, para nossa sorte, a moto deu sinal no painel, então descobri que ela havia perdido a carga da bateria por causa de um aquecedor de banco ligado sem querer, e como a moto ficou na chuva, ela descarregou.

23:30 , ligamos a moto, o Alemão, fechou o carro xingando e continuou viagem.

Ainda tínhamos 160 Km até São Petersburgo, exaustos, encharcados,  e com pouco combustível.

No dia seguinte, fomos passear a pé pela magnifica cidade, quando de repente encontramos, em um lugar remoto, um cara grande , com aparência ocidental, inacreditavelmente, é o Alemão , disse pra Cris, abordamos o cara e perguntamos se ele poderia nos ajudar ? , quando nos reconheceu ele ficou boquiaberto , e disse em um inglês rui, que a gente deveria estar conectado em outras vidas, impossível encontrar alguém em uma cidade de 13 milhões de habitantes , principalmente naquela circunstancia , e pela terceira vez , na ponte, na aduana e agora ali no em São Petersburgo.

Paramos tomamos uma cerveja, e almoçamos, o nome dele é Fritz, é Locutor, mora em Berlin e o apelidamos de Mister Angel. Descobri que a dificuldade dele na aduana era causada por ele ser alemão, sofrendo bulliyg por causa da segunda guerra mundial. 

A prova esta na outra foto.

Mr. Angel a prova em São Petersburgo

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